O sr. Francisco Castelo, responsável
pela Fototeca de Lagos, veio apresentar-nos um trabalho que ele fez sobre a
história das fábricas de conservas que existiram na nossa cidade.
Tudo começou com a identificação de
diferentes latas de conservas ao longo dos tempos.
As primeiras fábricas foram trazidas
por estrangeiros, principalmente franceses. Eles vieram para cá porque o peixe
nos seus países começou a ser pouco, principalmente a sardinha.
Depois fomos à descoberta dos sítios
onde ficavam essas fábricas.
Primeiro, numa fotografia aérea actual
de Lagos, apareciam assinalados os locais onde antigamente se situavam as
fábricas.
Vimos que havia ao pé da muralha, ao
lado, e no sítio onde hoje está a estátua do Gil Eanes.
Outra ficava na casa onde hoje está o
Club de Vela de Lagos, na Praia da Batata.
A maior de todas, ficava entre a
rotunda do barco e a ponte de D. Maria e chamava-se “Algarve Exportador”. Ainda
hoje as cegonhas fazem ninho no que resta desta fábrica: as chaminés.
Outra fábrica era no edifício onde é
hoje o Mercado Municipal da avenida, que só é mercado desde que a fábrica ardeu
em 1924.
Vimos ainda outras e percebemos que
houve cerca de 70 fábricas ao longo da história.
O ano em que mais fábricas funcionaram
ao mesmo tempo foi em 1925, que tinha 29. Hoje, em todo o país, não há tantas
fábricas de conservas a funcionar.
A vida dos trabalhadores destas
fabricas era muito dura. Eram principalmente mulheres.
Os casões eram muito frios no inverno
e muito quentes no Verão. Havia sempre muito barulho das máquinas. Não tinham
onde deixar os filhos bebés e levavam-nos para a fábrica com elas. Nas férias
ou quando estavam doentes, não recebiam ordenado. Era mesmo uma vida complicada.
Trabalhavam de dia e de noite.
Quando os barcos chegavam com o peixe,
tocava a sirene da fábrica e as mulheres largavam tudo o que estivessem a fazer
e corriam para lá para começar a trabalhar. Todas as fábricas tinham um toque
diferente, para se saber qual era a que estava a chamar os trabalhadores.
Antes de aparecer uma conserva, havia
muito que fazer.
Primeiro tinham de descabeçar e
esviscerar o peixe que seguia depois para os pios da salmoira onde ficava o
tempo necessário. Seguidamente o peixe era frito em azeite ou óleo, enxugado, e
embalado em latas cujo tampo era soldado.
Uma evolução importante consistiu na
alteração do processo de fritura para o da cozedura em que o peixe passou a ser
cozido no vapor. Depois de amanhado seguia em grelhas para os cozedores ou
cofres onde era submetido ao vapor.
No fim da linha de produção, após o
enlatamento, as conservas eram esterilizadas a uma temperatura superior a
100ºC, em autoclaves de vapor alimentados por enormes caldeiras com fornalha de
lenha.
Depois da explicação e de vermos o
trabalho, colocámos muitas perguntas e o senhor Castelo ainda nos falou de
algumas coisas curiosas sobre este assunto.
No final, ainda vimos
duas câmaras fotográficas antigas que experimentámos.
Aprendemos muito com
esta sessão. Obrigado senhor Francisco Castelo, por nos ter desvendado tantas
informações sobre este trabalho que foi muito importante na nossa cidade.
(Relatório de Atividade – Turma 7)
Os slides aqui partilhados são da autoria do sr. Francisco Castelo e foram por ele, gentilmente, cedidos.